25 de out. de 2007

Decepção.


Cri em tempestades de ventos

Tomei chuva quente

Desalento de pessoas

Uma cidade apagada de cruzes

Mares revoltos de vaidades

A luz que se propaga

Não é a mesma que se navega em águas.





Diogo E. de Castro

Estrelia.



Um olhar sobre a luneta

Terra seca

Uma vida que se abre, uma flor que desabrocha

Naveguemos em órbita luz

Alcançaremos as estrelas

E assim direis:

-Estas brilham mais em vida quem em morte.




Diogo E. de Castro

21 de out. de 2007

O amor é belo

Acolhedor e bom

O amor que consome, o amor que dissipa

Amor é uma sede que nunca tem fim

O amor é belo

Sobretudo, desprezível.

10 de out. de 2007

Quem sou eu:




E pensam que pode ser definido
Formatado, inteiro...
É exatamente o oposto disso
A virtude de ser, é poder mudar.
Mesmo depois de uma vida inteira vivida
Será sempre o desconhecido
Em mutação.
Somos o alimento preferido da mudança
Se tivermos também a devorá-la.

Diogo E. de Castro

Álgebra retraida

E agora sua vida habita um ontem que não existe mais...
E tudo isso, cores formas, belezas, encontros e pessoas
Parece tudo junto num raio de distância perto e longe das minhas mãos
Me sinto incapaz, em tom grave pensando em como ponderei...
Repulsão poderia ser a palavra para o sentimento que habita tem meus olhos hoje.
Quem sabe amanhã, os mesmos vão aguar isso, e o mar volte a refletir o céu
Ou céu a refletir o mar, fazendo bocas sorrir.



Diogo E. de castro

Corpo histérico.



Agora meu grito não é mais um grito de dor
Minha cabeça em histeria grita de cansar
Meu corpo não é porífero mais
O ar um dia satura
E noutro eu não respiro mais


Diogo E. de Castro

9 de out. de 2007

Hoje foi uma noite sem sonho.

E espero que um dia sem morte

Não tenho medo do preceder

Eu quero saboreá-lo assim como chocolate

A degustação perfeita da vida.

Pra mim, a morte tem que ser vivida.


Diogo E. de Castro

7 de out. de 2007

O transporte dos idiotas é a vida, e das verdades o artista.






Diofo E. de Castro

5 de out. de 2007

Livre.




Um segredo em si, espera um ouvido ouvir
Uma boca pra falar-te o que se quer escutar
Mundo repugnante dá dores de estomago.

Uma volta no ar, um abismo a gritar
Eu te amo sem medo de odiar.
Me queima em seu corpo
Pecando nosso acerto sem erro.

Depois que você se for
Quem é que vai permitir?
Sobretudo, o que morreu...
Nunca, nosso amor.

As luzes soam silêncio
Palavras são como água
Definitivamente,
Eu sou o homem que vai sorrir.

Quando disser adeus...
Tudo que viveu e morreu
Não terá mais fim...




Diogo E. de Castro

2 de out. de 2007

Vale Encantado



No vale do reino encantando
Não tinha asno, nem anjo quebrado
Só viam-se princesas perdidas num sapatinho de cristal
E sapos vestindo metros e metros de água

Em meio os montes amontoados
Uma faca ensangüentada
Era ela que tinha aguado sua dádiva do amor
Seu presente maior, seu ardor.

Mal sabiam que no vale do reino encantado
Quem dormia, não era mais acordado
Num dia feliz acordaram-me todo amargurado

Era o céu sem Deus e o Inferno sem Dante
E eu ali esperando a valsa do adeus
E nada de um pé me calçar.




Diogo E. de Castro